quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Reino de Deus na Prática

Comunidade Evangélica Príncipe da Paz
A prática do Reino



Temos ouvido nos últimos dias a respeito da palavra de Jesus sobre edificar a casa sobre a rocha, que significa ouvir a palavra e a praticar, que significa a obediência plena e contínua ao que Ele determinou (Mat 7:21, 24 a 27): “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.”


Um detalhe interessante é que Jesus disse estas palavras depois de apresentar uma série de mandamentos práticos para o povo, no conhecido o “sermão do monte”. Possivelmente estes mandamentos foram apresentados em um só dia, na verdade no mesmo sermão, que Ele concluiu com as palavras transcritas acima.

O que quero destacar neste texto é exatamente o conteúdo destes mandamentos, um breve resumo do que Jesus queria que a multidão ouvisse e colocasse em prática, embora sem me aprofundar em cada ponto. Esta “síntese” contém os 13 pontos a seguir:

1. Ser sal e luz
(Mat. 5:13-16)

Significa basicamente fazer diferença, mostrando a vida de Cristo transformando nosso caráter. Nossa conduta deve impactar o mundo. Nosso procedimento em santidade deve ser notado e despertar nos outros o interesse em conhecer o Senhor, abrindo oportunidades para falarmos mais de Cristo.

2. Cumprir os mandamentos
(5:17-20)

Jesus fala em observar todos os mandamentos, sem violar sequer o menor deles. A necessidade da obediência é estendida a toda a palavra de Deus.

3. Não tratar mal o irmão
(Mat. 5:21-22)

Jesus aqui dá uma ênfase ao modo como nos dirigimos às pessoas. O termo “raca” refere-se a um insulto à capacidade mental da pessoa. Seria como chamar alguém de burro, estúpido, cabeça-oca, etc. Já o termo “tolo” sugere um insulto ao caráter da pessoa. Seria equivalente a chamá-la de mau caráter, indecente, mentiroso, cínico, etc. Além disso, não devemos nos encolerizar (ficar com raiva) contra qualquer irmão.

4. Reconciliar-se com o irmão
(Mat. 5:23-25)

Aqui Jesus alerta para a necessidade de estar em paz com os irmãos, a ponto de que, mesmo se alguém tem algo contra nós, devemos nós mesmos ter a iniciativa de procurar a pessoa e consertar a situação. A falta de reconciliação compromete nossa faculdade de trazer ofertas a Deus. Jesus alerta que a reconciliação não seja protelada (“reconcilia-te depressa...”).

5. Não olhar com desejo impuro, não divorciar
(Mat. 5:27-32)

O ponto aqui é não macular a relação conjugal, seja na intenção do coração (olhar impuro ou com desejo), seja na prática do divórcio, que Jesus considera como adultério, tanto para quem se divorcia como para quem se relaciona com o divorciado. Jesus ensina ainda a nos desprendermos de tudo o que nos leva a pecar (coisas que vemos ou fazemos).

6. Ser verdadeiro
(Mat. 5:33-37)

Além do princípio de não mentir, Jesus ensina a não sermos falsos, lembrando que cada palavra nossa deve ser verdadeira. Seja o seu sim, sim, e o seu não, não. Se dissermos que vamos fazer algo, então façamos. Nossas atitudes não devem ser incoerentes com as nossas palavras.

7. Não vingar-se
(Mat. 5:38-42)

A bíblia diz que a vingança pertence ao Senhor. Por mais séria que tenha sido a ofensa, não nos cabe a vingança, e nem mesmo julgar se a pessoa merece tal vingança. AO contrário, Jesus nos ensina a pagar o mal com o bem e a reagirmos com amor e benignidade em situações onde o homem, por sua natureza, se vingaria.

8. Amar os inimigos
(mat. 5:43-48)

Aqui a palavra empregada como “amar” vem do termo “ágape”, que significa o amor altruísta que não pensa nos próprios interesses e tudo suporta e espera. A direção de amar os inimigos nos leva ao entendimento do dever de amar a todos, mesmo os que mais nos prejudicam.

9. Não ser hipócrita
(Mat. 6:1-6)

Jesus critica o comportamento hipócrita com relação à oração e às ofertas (e em seguida também em relação ao jejum, versículos 16 a 18), atitudes que devem ser feitas de coração, jamais visando ser notado ou elogiado pelos homens (na seqüência Jesus apresenta o modelo da oração do Pai Nosso, que contém uma série de outros princípios).

10. Perdoar
(mat. 6:14-15)

O perdão é um mandamento que, se não cumprido, compromete nossa comunhão com Deus, pois a Palavra diz que o Senhor não nos perdoará se não perdoarmos os que nos ofendem. Por isso, o perdão não pode depender da pessoa que ofendeu (se gostamos dela ou não) nem do tamanho ou gravidade da ofensa.

11. Não acumular tesouros
(Mat. 6:19-21)

A ênfase de Jesus é de não colocarmos nosso coração nos tesouros desta terra. Os “cuidados deste mundo” muitas vezes acabam afastando os discípulos da vontade de Deus ao se dedicarem demais às questões materiais e intelectuais.

12. Não estar ansioso
(Mat. 6:25-34)

Embora a ansiedade seja uma característica natural do homem, Jesus nos diz para não andarmos ansiosos por coisa alguma. A palavra de Deus é cheia de promessas que nos garantem que podemos estar tranquilos mesmo sob tormentas. Esta é uma postura que só atingiremos se mantivermos um verdadeiro e constante relacionamento com Deus.

13. Não julgar
(mat. 7:1-2)

O julgamento é uma faculdade que não nos cabe, pois o homem só vê com os olhos, e é o Senhor que vê o coração. Jesus alerta ainda que ao julgarmos atraímos julgamento para nós mesmos.
É claro que estes pontos não são exaustivos, pois existem muitas outras práticas indicadas pela Palavra. Devemos lembrar também que os mandamentos de Deus não são penosos, e que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Fazer a vontade do Senhor é o que vai tornar nossa vida verdadeiramente abundante e feliz.


Pr.Cláudio Rodrigues
Semeando Gerações
Comunidade Evangélica Príncipe da Paz